1 moto, 4 países, 22 dias e mais de 11 mil Km
“Não importa como, viajar é o que importa!”
Quando decidi fazer uma viagem de moto, decidi ir longe e testar limites e possibilidades. Digo isso pois me lembro da minha primeira viagem a bordo de uma motocicleta para o interior de Minas Gerais, mais precisamente para a cidade de Passos.
Era a 10° edição do Passos Motorcycles. Um evento gigante! Três dias de muita música e bandas, comida, cerveja, festas e amigos além das motos é claro. Leia o post da viagem a Passos/MG.
Me lembro que estava bastante preocupado com abastecimentos, bagagem necessárias mas que caberiam na moto, barraca e roupas de frio e chuva para uso durante a pilotagem e nos dias do evento.
Hoje acho até engraçado! Depois da viagem ao Atacama – Chile, viagens para cidades próximas ficaram tão simples! Mas so cheguei a esta conclusão depois de realizar uma longa viagem. Por isso digo, “Desafie-se, ouse, faça, arrisque. Se você não fizer isso por você, ninguém fará!”.
Voltando a viagem desse post…
Seria uma viagem de 9.600 km (11.200 km rodados ao final da viagem) com belas paisagens, muita cultura, diversidades, expectativa e acima de tudo… aventura!
Começamos a viagem (Eu e um amigo) no dia 07/10 com previsão de retorno dia 31/10 e visitas a três países além do trecho no Brasil. Uruguai, Argentina e o Chile.
…Kick Off
Belo Horizonte/MG > Marília/SP
Saída: 08/10/2016
Saímos de BH às 05:30h. O sono ainda estava presente mas vamos pra estrada que melhora. E melhorou mesmo!
No primeiro pedágio decidi pagar para nós dois. Tarifas a R$ 2.60. Ao realizar o pagamento coloquei as luvas e ao passar pelo pedágio vi a moto do meu amigo deitada. Comecei a rir e pensar comigo! “Mas já!”
Parei a moto, ajudei a erguer a dele, perguntei se tinha se machucado mas ele estava bem. Seguimos viagem!
http://diariodeviajante.com.br/wp-content/uploads
Entramos no estado de São Paulo num calor de 35°. Fizemos a saída para Ribeirão Preto onde pretendíamos almoçar e assim aconteceu!
Terminado o almoço saímos sentido Marília. Uma bela estrada com retas a sumir de vista e, de repente, o asfalto vira puro buraco.
Uma manutenção ainda em andamento muito trânsito de carros e caminhões. A região é rodeada por grandes plantações, principalmente de cana de açúcar. Acredito que isso ajuda a piorar a situação da via.
As 17h fizemos check-in e estamos nos preparando para jantar. Amanhã seguimos para Curitiba/PR.
Marília/SP > Curitiba/PR
Saída: 09/10/2016
Saímos cedo e fizemos o percurso sem problema. Chegamos a Curitiba/PR.
Hoje foi um dia mais leve e tranquilo, porém, meu amigo reclamou de dores de cabeça desde que saímos de Marília.
Fomos recompensados com um almoço sensacional. Um pernil a pururuca. Uma comida deliciosa, muita salada, torresmo e uma jarra de suco. Tudo por R$ 18.00 p/ pessoa no total!
Era um restaurante a beira da estrada. Com um casal de irmãos numa simpatia ímpar. Gostamos bastante!
Sabíamos que teríamos o sono como companheiro na parte da tarde, mas decidimos correr o risco.
Eu só não sabia como era dormir em cima da moto… rs! Tive que parar para lavar o rosto e tomar um energético.
Decidimos nos hospedarmos num hotel no centro – Por falar nisso, nesta viagem o grande problema são as hospedagens – Caras, pessoas mal humoradas nos atendendo. Espero que melhore daqui pra frente!
Amanhã pretendemos chegar a Porto Alegre/RS. São mais de 700km de Curitiba até lá. Espero que consigamos.
Curitiba/PR > Porto Alegre/RS
Saída: 10/10/2016
Desculpem por não postar ontem. Tivemos uma viagem longa neste trajeto de Curitiba para Porto Alegre.
O estado do Paraná é muito bonito. Belas paisagens e a estrada é muito boa, porém, os pedágios não são baratos. Foi nosso maior gasto até agora em estradas.
Uma parada em Balneário de Camboriú. Uma cidade que acho maravilhosa. Já conhecia pois estive nela em 2012 quando fui para a October Fest.
Quando entramos no Rio Grande do Sul, fomos logo avisados, por um motorista que vinha na direção contrária de que a PRF estava com um radar móvel. Passamos tranquilamente por ele.
O frio apertou, de tal forma, que abri o zíper da jaqueta para colocar a mão em busca de um calor. O cansaço já era grande e a estrada parecia infinita.
Quando chegamos em Porto Alegre já era noite e apesar de acharmos o hotel com ajuda de um aplicativo, não fomos felizes de imediato pois o valor do hotel estava alto e ainda cobravam R$ 34 por cada moto no estacionamento, desta forma, seguimos em busca de outro hotel.
Paramos em um posto para abastecer e fomos surpreendidos por Rosy. Uma moça casada com o Heitor (O indiano) que pertence aos Abutres de POA. Nos recepcionaram ali mesmo. Trocamos os telefones e recebemos contato de um membro em Santana do Livramento (Divisa Brasil/Uruguai).
De acordo com Rosy, ele é dono de um Cyber Café. Decidimos que quando chegássemos em Livramento procuraríamos o lugar.
No centro de Porto Alegre ficamos hospedados muito bem e tivemos no hotel um café da manhã revigorante. Muitas frutas, pães, bolos e iogurtes.
Depois do café reforçado seguimos em busca da primeira cidade fora do Brasil, Rivera no Uruguai.
Porto Alegre/RS > Rivera/Uruguai
Saída: 11/10/2016
Saímos mais tarde do hotel. Parecia um setor simples e mais tranquilo. Eram 540 km até Rivera.
A estrada só tem um pedágio na saída de POA e isso acaba deixando a BR 290 de lado.
Asfalto ruim e muitos caminhões. A medida que seguíamos, diminuíram os caminhões e aumentaram os buracos.
Uma coisa que descobri nos últimos dias é que os quilômetros dobram… 10 parecem 20 km! Quanto mais andávamos mais longe nosso destino ficava!
Às 16h entramos em Santana do Livramento. Abastecemos as motos e fomos a procura do Cyber Café, que citei acima, indicado pela Rosy.
Infelizmente não o achamos e estávamos cansado, então, seguimos para o hotel e decidimos fazer um pequeno tour pela cidade de Rivera.
Fato engraçado.
Decidimos ir em uma moto, assim, deixei a minha no hotel e fomos na moto do meu amigo.
Ele resolveu estacionar do outro lado da via.
Fez a manobra no momento que um policial, que também estava numa motocicleta. O oficial ligou a sirene e chamou a atenção dele. Eu, de pé, do outro lado da rua apenas achava engraçado a “multa” (Nesta caso, a palavra multa quer dizer repreensão) que ele levou! (risos)
De acordo com ela (policial) era necessário descer da moto, desligá-la e depois atravessar a via.
E digo, é uma via de mão dupla simples. Quase uma rua de bairro. Não tinha trânsito, mas, tinha meu amigo e suas proezas.
Ficamos nos olhando sem entender!
Estávamos na divisa Brasil com o Uruguai.
No jantar, uma costela de cordeiro e uma cerveja chamada Patrícia. Uma pilsen bem encorpada, quase uma Heineken, com sabor menos marcante!
De “papo cheio” fomos a Aduana registrar nossa saída do Brasil e amanhã nossa entrada no Uruguai.
Nosso próximo destino era Paysandu, na divisa do Uruguai com a Argentina.
Pode ser que fiquemos um dia a mais no Uruguai. Sempre ouvi dizer que é um país lindo!
12/10/2016 Rivera/Uruguai > Paysandu/Argentina
Saímos de Rivera com destino a Paysandu pela Ruta 5 e em certo ponto acessamos a Ruta 26.
A estrada estava em péssimas condições, muitos buracos, sem acostamento e sem nenhum estabelecimento por um longo tempo!
Não havia chovido até então, mas, nesse dia o céu desabou! Choveu tudo que tinha que chover exatamente nesta estrada.
Quando faltavam 100 km para a fronteira com a Argentina eu estava com apenas 38 km de combustível no tanque, meu amigo, apenas 3 km.
Decidimos parar em um posto policial e perguntar sobre abastecimento. O policial disse que na vila a 200 metros havia combustível numa “quitanda”. Isso mesmo, você não leu errado, gasolina vendida em bares e residência no Uruguai é normal.
Uma dica: Se você não conhece bem a estrada, principalmente alternativa não se arrisque!
Chegamos a Colón/Argentina, almoçamos, novamente, uma costela muito boa.
Foi um dia difícil! Tivemos outros pormenores com documentos pessoais, da moto e dos seguros, que sempre são exigidos nas imigrações.
Chegamos a Colón ainda na parte da tarde e nos assustamos com a sujeira do lugar.
Ruas sem asfalto e barro mas tem muitos bares e boa comida e é isso que a gente precisava!
A média dos valores de hospedagem é $ 80 (pesos argentinos) por dia por pessoa. Para alimentação média de $ 75.
Conta também com um centro de informação ao turista muito completo. Indica hotéis, pousadas e pontos turísticos além de conceder um guia que ajuda a conhecer a cidade.
13/10/2016 Colón/Argentina > Rosário/Argentina
A distância de Colón a Rosário é pouco mais de 300 km, desta forma, dormimos um pouco mais. Isso foi estratégico. Colón para Rosário para Córdoba, assim, conseguiremos conhecer todas as cidades e chegar a Mendoza dois dias antes do previsto.
Estamos tranquilos!
Voltando assunto para Rosário, foi particularmente a cidade que mais gostei. Muito movimentada, transito intenso mas com muitos bares, hospedagens agradáveis e com bons preços.
Ficamos num hotel no centro pelo valor médio de R$ 180 com ajuda de um aplicativo.
Mas antes da chegada a Rosário ficamos presos em um engarrafamento. Um acidente aconteceu sobre a ponte depois de um pedágio. Sorte que estávamos de moto e fomos devagar até a área do acidente. Quando a polícia liberou fomos os primeiros a arrancar.
14/10/2016 Rosário/Argentina > Córdoba/Argentina
Antes de começarmos, decidimos comprar um chip da operadora de telefonia da Argentina Movistar. Isso nos possibilita carregar o chip e ter GPS quando chegarmos a cidade para localizar o hotel ou caso fiquemos perdidos em algum lugar. Inclusive isso faremos também no Chile. Essa dica tem que anotar!
Quando fomos carregar o chip paramos em uma loja de celulares e lá tinha uma moto Indian. Muito legal!
Pegamos apenas o lado externo pois a loja ainda estava fechada, mas tá aí a foto!
E está em uso, havia sinais de óleo no pequeno motor. Sensacional!
¡adelante!
De Rosário a Córdoba também são poucos quilômetro e ainda contamos com uma Auto-Pista que não cobra pedágio da moto e permite velocidade de 130 km p/hora. Sensacional!
O problema é o vento lateral o tempo inteiro. Isso requer um esforço físico enorme e atrapalha um pouco a condução. Além disso pode tirar o efeito “vácuo” nos caminhões que ultrapassamos.
Viagem tranquila com pouco consumo de tempo, mas atenção, não existe posto de combustível por longo período. O primeiro é um atendimento da rodovia mesmo que oferece combustível e alimentos, mas, não paramos nele. Tivemos que contar mais uma vez com a sorte e achamos um posto a mais ou menos 80 km de Córdoba.
Desta vez já tínhamos os galões de combustível abastecidos na moto, então, não estávamos tão despreparados.
Outra dica: Saiu do Brasil, mantenha o galão de combustível cheio o tempo todo. Você vai precisar!
Hospedamos no hotel Everest no centro de Córdoba. Caríssimo, até agora o valor mais alto. R$ 105.00 por pessoa.
A cidade é grande mas não tem muito a fazer, ou, fomos mal informados!
Andamos uns 15 quarteirões. Alguns bares bons mas nada diferente. Os restaurantes oferecem pratos individuais e caros. Média de 150.00 pesos argentinos por prato. E não é uma boa refeição. As melhores passam de 180.00 pesos.
Em compensação as catedrais são um show a parte!
15/10/2016 Córdoba/Argentina > Mendoza/Argentina
Neste dia precisávamos andar quase 700 km. O intuito era dormir em Mendoza para seguirmos uma viagem tranquila até próximo a Cordilheira dos Andes e assim foi! Mas falarei disso da Cordilheira no próximo trecho!
Apesar de ser um trecho grande conseguimos percorre-lo sem problemas.
Grandes retas na Auto Pista permitia 130 km por hora o que ajuda a fazer a quilometragem grande como está!
Os problemas ainda são os abastecimentos e como havíamos tido esse problema antes resolvemos manter as motos de tanque cheio.
Faltando 100 km para Mendoza é necessário parar em um posto de controle sanitário. Perguntaram se transportávamos frutas ou carnes. Nada preocupante! Seguimos viagem.
Os preço da gasolina continuava na média… $ 18.00 a $ 19.00 pesos argentinos.
Ao chegarmos a Mendoza pegamos a cidade lotada e trânsito intenso. Era o dia das mães na Argentina. O comércio estava eufórico.
Procuramos por um hotel no centro da cidade mas estava com lotação máxima. O proprietário nos indicou outro hotel a duas quadras que também pertence a ele.
Jesus! O hotel era péssimo! A Internet não funcionava no quarto, o chuveiro demorava 20 minutos para esquentar, o chão sujo, cabelos nas paredes, colchão fino e o ar condicionado não funcionava.
Foi o pior da viagem. $ 40.00 dólares por uma hospedagem terrível.
Fomos trocados de quarto mas os problemas continuavam. Com exceção do ar condicionado. Faz parte da aventura!
Andamos pela cidade e apesar de interessante não há nada para destaque, apenas a quantidade de comércio existente.
Deu tempo de nós espantarmos com a quantidade de malas e coisas cabem em duas motos.
16/10/2016 Mendoza/Argentina > Uspallata/Argentina
Este trecho sim tem muitas informações, detalhes e fotos.
Antes de mais nada queríamos ficar ao pé da montanha, como dito antes!
Como não conhecíamos o lugar optamos por Potrerillos. Uma pequena cidade as margens de um lago de águas azulada incrivelmente transparente que leva o mesmo nome é está na Ruta 7 que nos leva ao Chile. (Veja foto abaixo)
Os detalhes em cinza mais escuro no mapa indicam o relevo da montanha. Por isso queríamos ficar em Potrerillos, porém, encontramos com um casal de um Motoclube aqui da Argentina, os Ruteros Cordilleranos de Mendoza.
Antes de continuar as fotos são muito boas. Da pra entender melhor minhas palavras sobre o lago.
Foi um encontro muito importante. Eles nos indicaram a cidade onde estamos. Uspallata. Aqui sim estamos de cara para a Cordilheira. (Foto em 360°)
17/10/2016 Uspallata/Argentina > Santiago/Chile
Hoje foi sensacional, andamos 125 km até o topo da Cordilheira dos Andes no sentido do Chile. Ainda iremos fazer o mesmo na volta para a Argentina voltando do Atacama.
Vamos por parte, assim como Jack!
O café da manhã era servido apenas as 8h, regras do hotel, assim, levantamos as 7h, aprontamos as motos e saímos as 8h30 para subir até o ponto mais alto.
O frio já estava presente mas eu nem imaginava o que viria!
Um frio intenso, muita neve e uma paisagem indescritível.
Caminhões nos acompanhavam e, em certo momento, fiquei atrás de um dele pois já não sentia as pontas dos dedos.
Era tão intenso que dobrei os dedos e acelerei a moto apenas com o punho. Meu amigo estava mais confortável pois tinha luvas segunda pele além da luva de frio. E assim percorríamos um dos cenários mais deslumbrantes sob a moto que já presenciei.
Enquanto fazíamos a rota só me vinha a cabeça um café quente e o fim daquele frio apesar de estar gostando da paisagem.
Chegamos ao cume aos 3.400 metros acima do mar. Pedi ao amigo para parar pois já não suportava o frio nas mãos e pescoço. Precisava me aquecer!
Tomamos um café na pousada, que está aos cuidados de três irmãos. Muito simpáticos por sinal!
Fomos bem atendidos, até brincamos com os cães da pousada.
Passamos o alto da montanha e começamos a descer. Era hora de entrar no Chile!
Na imigração foi bem burocrático. São quatro passos para dar entrada ao país.
Além de conferirem os passaportes, os documentos da moto e do seguro (Carta Verde ou SOAPEX) são minuciosamente conferidos.
Depois de 1h30min os documentos foram liberados, faltava a revisão das motos.
Meu amigo ficou tentando explicar ao agente da Aduana sobre a castanha torrada que levava na bagagem enquanto eu ria duplamente. Uma pela explicação da castanha a outra foi ainda mais engraçada.
O agente me perguntou o que eu levava na bagagem da HD. Informei roupas e pertences pessoais. Então ele mandou eu abrir. Pois bem, vamos lá!
Comecei a desamarrar as redes. A dificuldade era tanta que o agente desistiu e me pediu para parar.
Os alforges ele mandou abrir. Tinha uma toalha, papel higiênico e lenço umedecido. Rs!
Ele me olhou com cara de que estava morrendo de vontade de ir ao banheiro. Foi bem engraçado!
– Liberado?
– Sim!
Segue a viagem. Ainda conferimos um documento na saída. Outro agente pegou a 2a via e nos disse para guardarmos a 1a pois poderia ser necessário.
Importante atentar para isso!
Em uma viagem de moto qualquer documento deve ser armazenado em local que não permita ser perdido, mesmo em caso de chuva!
Começamos a descer a montanha. Encontrarmos uma estação de Ski. Muito bonito e logo após os caracóis da descida da montanha. Belas imagens!
Pegamos a Ruta 57 e seguimos para Santiago. Finalmente na cidade fomos em busca de um hotel.
Achamos uma pensão. Terrível!
No centro da cidade, o local parecia um antigo teatro. Quarto sem banheiro e sem café da manhã!
Fazer o que?! É uma viagem de moto. É assim mesmo. Acostume-se!
No cento e de Santiago tiramos apenas duas fotos. Haviam policiais por todas as partes e percebemos que não seria legal ficar mostrando os equipamentos de foto na rua.
Na saída de Santiago percebi um vazamento de óleo na caixa de marcha. Era a tampa externa com problemas no retentor. Procuramos uma loja da Harley e substituímos a junta. Fomos muito bem atendidos! Importante: Cobraram apenas a junta. Nada pela mão de obra. Acredito que marcas como HD, BMW e outras tem isso como serviço garantido!
Conhecemos uma moçada grande de São Paulo e Pouso Alegre.
Conhecemos também o Walter. Um senhor que tem nas costas do colete “Independent No Club”. Mesmo assim pediu para seguir viagem conosco! Foi até a entrada de Vale Paraíso. De lá seguimos para o norte e ele para oeste.
18/10/2016 Santiago/Chile > La Serena/Chile
Chegando a Lá Serena, uma cidade bem grande no centro oeste do Chile.
Ao chegar fomos direto para a avenida da praia e recebemos um por do sol maravilhoso!
Até aqui a média de combustível foi de 750 pesos chilenos por litro. As hospedagens para duas pessoas gira em torno de 50 dólares.
Amanhã seguimos mais 500 km sentido Atacama.
19/10/2016 La Serena > Chañaral/Chile
Neste trecho começamos a entrar no deserto do Atacama.
Impressionante como o Chile tem extremos!
No leste muita neve, no oeste oceano e no noroeste um deserto rigoroso.
Hoje sentimos a boca seca o tempo todo. A quantidade de pedras, areia e caminhões era gigante.
A estrada é boa com pedágios girando em torno de 650 a 1400 pesos chilenos.
Fomos parados pela primeira vez pela polícia carabineira do Chile. O radar estava na mão do oficial que veio andando lentamente e nos aguardou retirar os capacetes para devidas formalidades de bom dia!
“Como estão?”
Solicitou os documentos e uma autorização que citei acima da Aduana na fronteira da Argentina com o Chile. Lembra?
Acontece que estávamos dentro da velocidade normal e documentos em dia então nada nos preocupava.
O policial foi bem educado e tranquilo. A mim, solicitou passaporte e documentos da moto e Aduana. Ao meu amio só documento da moto.
Percebemos que estava mais curioso nas máquinas do que nas pessoas!
Fez algumas perguntas sobre preços, cilindradas e etc. Depois nos liberou e desejou boa viagem.
Seguimos em frente.
Retas infinitas deixa a estrada cansativa e as vezes até se perde a paciência em esperar a próxima cidade. Parece um piloto automático, só que sua mão está no acelerador o tempo todo.
Mas a paisagem ainda encanta!
Chegamos a Chañaral às 18h20. Fomos direto para o hotel. Depois de descarregar a moto fomos em busca do jantar. Queríamos um peixe e conseguimos. Agora é descansar para amanhã!
Chegaremos aos 6000 km hoje. Faltam mais 3600 km.
Antofagasta será nosso próximo destino.
20/10/2016 > Chañaral > Calama/Chile
Nossa noite em Chañaral foi tranquila! Uma cidade pequena, a beira do Pacífico com poucos restaurantes e uma placa curiosa.
Saímos de lá para chegarmos a Calama. Isso era necessário pois queríamos dormir em San Pedro do Atacama. Mas falo disso mais tarde.
Mas entre Chañharal e Calama passávamos por Antofagasta. E a 75 km antes dela temos uma das imagens mais conhecidas do Atacama.
Uma escultura feita pelo artista Mário Irarrázabal em 1992.
Foi impressionante ver a quantidade de pessoas que param para bater uma foto.
Encontramos com um alemão que viajava sozinho em um caminhão muito bacana com toda a estrutura.
Encontramos dois americanos em duas BMW fazendo uma rota de 10 mil milhas inclusive o Brasil.
Falaram sobre uma pescaria que fizeram em Rio Branco no Acre. Disseram que foi incrível.
Saímos deste local sentido Antofagasta. Estávamos cansado pois o sol é poderoso aqui!
Antofagasta é uma cidade também a beira do Pacífico mas com uma estrutura de invejar boas cidades. Como passamos por ela tiros apenas uma foto e seguimos para Calama.
Bela cidade!
Chegamos a Calama por volta de 19h30.
Usamos mais uma vez o Booking e achamos um hotel com preço bom. Em torno de 50 dólares hospedagem dupla com café da manhã, estacionamento e wifi.
21/10/2016 Calama > Pedro do Atacama/Chile
Saímos de Calama mais tarde. Às 10h estávamos na estrada. Eram 120 km até San Pedro.
Fomos devagar pois haviam muitas coisas interessantes.
O deserto castiga tudo. Nada cresce.
Mas cria cenários maravilhosos!
Passamos pela Cordilheira de Sal. Aqui a paisagem ficava interessante pois estamos no alto de uma montanha e as erosões abaixo são fantásticas.
Daqui fomos direto para o Vale da Lua. Um parque que pode ser visitado de 8h ás 18h. Muitos ônibus e vans com turistas chegam a todo momento.
Paga-se em torno de R$ 17 para ingressar.
Fizemos o pagamento e com as motos e roupas de estrada fomos a primeira atração.
Uma caverna de sal. Um percurso de mais ou menos 300 metros sob as formações de sal. Maravilhoso!
Mas o calor não deu folga. Comecei a me sentir mal e combinamos de voltar mais tarde. Então fomos almoçar. Tirei uma foto bem legal.
Parece imagem de filme mexicano. Um restaurante bem legal oferece costela com batatas assadas. Muito bem feito e gostoso por sinal. Valor médio, R$ 40!
Mesmo depois, com roupas adequadas, ainda não estava bem!
Sentia o rosto queimar, uma sensação de moleza no corpo, olhos e nariz ardiam por causa da areia trazida pelo vento do deserto.
Voltamos ao Vale da Lua. Fiquei na recepção e meu foi para os demais passeios e pegou as imagens.
Ainda não estava bem!
22/10/2016 San Pedro do Atacama.
Há muita coisa para fazer e conhecer em San Pedro do Atacama.
A cidade funciona de dia e de noite, mas cabe alguns cuidados necessários.
De dia os passeios são as atrações melhores. Lagoas de sal, salar, cavernas, trilhas, montanhas e vales.
O que devemos levar na mochila?
Protetor solar é regra assim como água, camisa de manga comprida, boné, óculos e dinheiro.
Os passeios podem ser comprados na cidade. Tem muitos lugares especializados em levar os turistas. Além de vans e carros podemos alugar bicicleta. Eu não faria isso mas é possível!
Uma dica: Antes de sair da cidade pegue um mapa de todas as atrações, disponível em diversos lugares, e antes de sair veja o nome da atração de seu interesse. Nem sempre os mapas tem nomes dos locais.
É possível ir de moto mas cuidado. Big Trail aceitam bem as estradas adversas até o destino escolhido! No meu caso na HD deu muito trabalho. As estradas tem muita areia e cascalho e são de chá batido. Difícil de conduzir uma custom.
Mas vale a pena visitar tudo!
Durante a noite o interessante são os bares. Tem diversas opções. Muita comida boa e cerveja comum e artesanal.
Visitamos várias feirinhas com artesanatos e lojas especializadas de calçados e roupas de frio e calor.
Isso mesmo, você está no deserto. De dia 30 graus de noite 10.
Tem muita gente de todos o lugares do mundo. Um lugar bem interessante e diverso!
Os hotéis giram em torno de 200 reais a diária. Tudo melhora com dólar! E, você pode fazer câmbio a todo momento. Tem muitos lugares que trocam as moedas.
Ficamos duas noite e fomos bem atendidos!
23/10/2016 San Pedro do Atacama/Chile > Salta/Argentina
Hoje o dia começou cedo. As 5h30 já estava de pé. Queríamos sair às 7h, mas, como nada é perfeito tivemos problemas com o banho o que atrasou nossa saída em 2h.
Saímos as 8h então… Ainda bem!
Quando pegamos o caminho sentido Argentina subimos muito! Estávamos acima de 4.300 metros. Já era perceptível na respiração. Cansamos muito fácil e o frio era tanto que as mãos não alcançavam o freio da moto. Estava mesmo muito frio!
Muitas lhamas pelo caminho e lagoas no alto da montanha. Maravilhoso!
Comecei a perceber que o freio traseiro apresentava problema. Estava pisando muito fundo país parar a moto. Ainda estávamos no Chile!
Chegando a Aduana a 160 km de San Pedro do Atacama. Tudo certo lá, sem problemas ou demora.
Com as motos reabastecidas fomos a uma loja de conveniência dentro do posto a 400 metros da Aduana. Era hora de esquentar o peito com um café.
Na minha cabeça os freios ainda preocupavam!
Encontramos um grupo de brasileiros com com algumas BMW. Um deles se aproximou e disse que eu era muito macho de fazer esta viagem de HD.
Ele havia feito o mesmo percurso há alguns anos. Disse que sofreu quatro dias com dores pós viagem.
Comecei a rir e disse que era a única moto que tinha. Então segue o jogo!
Pegamos estrada e quando achávamos que não desceria mostra mais nenhuma serra veio a surpresa.
Era uma descida enorme. Os freio acabaram de vez no meio dela. Parei a moto conversei com meu amigo e decidimos seguir viagem sem freio mesmo.
A meta era Salta. Acredito ter feito uns 280 km sem freio traseiro. Só freio motor. É loucura mas era necessário chegar a uma cidade maior para tentar fazer a manutenção!
Amanhã vou em busca de trocar as pastilhas traseiras para seguir viagem. Ainda faltam 6 dias.
Vamos a luta!
24/10/2016 Salta/Argentina > Monte Quemado/Argentina
Hoje começamos o dia em busca de uma oficina para fazer a manutenção na HD.
A nível de informação, não localizamos concessionárias da Harley na Argentina.
Acredito que em Buenos Aires tenha mas estávamos no cento da Argentina e a situação é diferente.
Na saída do hotel conversamos com o cara do estacionamento e ele com muito boa vontade nos deu o endereço e o nome de um cara… Benjamim!
Com o endereço na mão partimos para a oficina.
Achamos e fomos prontamente atendidos por pai e filho que trabalham juntos. Inclusive ele já foi ao Brasil de HD.
Quando entrei na loja, havia uma Fourty Eight sob a bancada. Fiquei mais tranquilo em saber que ali a manutenção em HD era constante!
Desmontado o sistema de freio descobrimos que não eram problemas com as pastilhas e sim com o fluido. É amigo… alta temperatura e Harley não combinam!
De acordo com o Benjamin o fluido foi cozido pela temperatura do deserto e com isso o freio não funcionava bem.
Substituido o fluido e sangria realizada a moto estava pronta pela bagatela de 36 dólares.
Paguei sorrido e agradecendo!
O nome da oficina no centro de Salta.
Enquanto isso meu amigo foi ao centro trocar um dinheiro, comprar o cigarro e pegar umas fotos.
Saímos de Salta as 12h30. Rota errada… Como disse tenha um GPS em mãos!
Na rota certa seguimos sentido El Galpon na Ruta 16. Depois de andarmos 100 km percebemos que a Ruta 16 tinha na placa o nome de Ruta 4. E não há nenhuma indicação da cidade onde temos no mapa marcado.
Almoçamos, abastecemos voltamos 17 km para a 16.
A estrada estava boa. Passamos El Galpon sentido Monte Quemado.
O problema é que a estada para de cinco em cinco minutos.
Hora por escola, hora por polícia, hora por sinal de trânsito, hora por obra e hora por buracos mesmo!
Em certos pontos a estrada vira chão!
Há pontos que estão sofrendo manutenção completa e o asfalto simplesmente não existe.
O calor era tanto que acessórios da moto do Miguel derreteram. Literalmente!
Às 16h paramos em um posto chamado Don Juan. Fomos muito bem recebidos lá também! O proprietário nos cedeu um sofá bem confortável para um descanso e um ar condicionado. Faziam 38 graus com sensação de 45 graus.
Ficamos por ali 1h30.
Belo ponto de atendimento ao motociclista. Combustível, alimentação e ambiente climatizado.
Depois voltamos para a estrada.
No fim do dia a estrada e buracos dividiam o mesmo espaço. Ficou tenso até meu amigo matar uma pomba atropelada!
Ficamos em um hotel a beira da estrada com bastante estrutura. O valor da hospedagem foi 40 dólares para quarto duplo.
O litro de gasolina em torno de 19 pesos argentinos em todas as rodovias.
Como hoje não foi tão produtivo precisamos rodar mais amanhã. Queremos chegar a Posadas/Argentina para irmos ao Paraguai.
25/10/2016 Monte Quemado > Corrientes/Argentina
O que dizer sobre o caminho entre Monte Quemado e Corrientes?!
Acordei as 5h da manhã com o Miguel passando mal. O jantar ano caiu bem. Apesar de eu estar tranquilo!
Íamos sair às 7h para tentar rodar muito hoje, porém, com esta situação fica difícil.
Levantamos as 7h30. Fomos ao café e ontem como estava com muita roupa suja decidi lavar no hotel. Isto é importante, ficar, de vez em quando, num hotel que tenha este tipo de serviço!
Às camisas e a meia voltaram impecáveis. Salvou meu fim do dia, afinal, hoje foi chuva de hotel a hotel.
Importante dizer que continuamos rodando sem placa de informações de saídas para onde deveríamos seguir. Hoje não erramos mas tivemos que recorrer a pessoas nos postos de combustível e ao GPS novamente!
Resolvemos não almoçar para conseguir uma quilometragem maior. Conseguimos chegar a Corrientes onde queríamos.
Tem muitos postos de combustíveis na Ruta 16. Valor do litro, 19 a 20 pesos argentinos. Lanches e almoço também são facilmente encontrados.
Como o dia foi de pura chuva algumas roupas estão muito molhadas então ficamos novamente num hotel melhor com o mesmo serviço de lavagem de roupas de ontem!
60 dólares pela hospedagem dupla é 10 dólares para garagem das motos! Muito bom… Corrientes Plaza Hotel no centro.
Amanhã seguimos para Foz do Iguaçu. Estaremos de volta à pátria amada Brasil.
Assim esperamos!
26/10/2016 Corrientes/Argentina > Foz do Iguacú
Depois de um dia bem cansativo e com muita chuva, chegamos ao Brasil, mais precisamente em Foz do Iguaçu.
Presenciamos neste trecho um grave acidente ainda na Argentina. Um veículo rodou na pista devido a chuva invadiu a pista contrária sob uma ponte em curva e foi atingido na traseira por um ônibus de turismo.
O veículo ficou destruído, mas os ocupantes foram prontamente atendidos, havia muitas ambulâncias de várias cidades da Argentina.
Depois do trânsito liberado, seguimos viagem e chegamos ao Brasil.
Em Foz, procuramos um hotel melhor, era necessário secar as roupas novamente, e organizar as coisas para a viagem até Marília/SP no dia seguinte.
27/10/2016 Foz do Iguacú > Marília/SP
Levantamos mais tarde, estávamos cansados, as dores nos punhos incomodavam bastante. Uma leve dor de cabeça pela manhã mas estávamos em território brasileiro.
Em compensação o café da manhã voltou completo e com força total. Isso foi uma das coisas que a gente mais se lembrou enquanto rodamos fora do Brasil.
Aqui, frutas, iogurtes, pães, bolos, cereais, ovos, salsichas, leite, suco e café sempre estão presentes pela manhã e recarregam nossas energias.
As lembranças das famílias, minha e do meu amigo a todo tempo estavam presente em nossas conversas e isso nos deu ainda mais força para terminar nossa aventura.
Chegamos a Marília/SP e nos hospedamos no mesmo hotel da rota de ida, o Travel Inn Marilia. Confortável e a beira da rodovia este hotel proporciona a facilidade de também estar próximo aos estabelecimentos para um jantar.
Apesar de ser quinta-feira Marília dorme cedo, mas, mesmo assim conseguimos com o taxista um bar chamado Português. Uma franquia de bares bem legal, com camisas de times penduradas no teto do bar por completo. Muita gente e esportes nas televisões.
Quando chegamos ao bar fomos informados que a cozinha estava encerrada e com muito jeito conseguimos convencer a atendente que estávamos de passagem pela cidade e queríamos jantar. Ele se comoveu e nos ofereceu vários pratos.
Jantamos, seguimos ao hotel para nos preparar para o último dia da viagem.
28/10/2016 Marília/SP > Belo Horizonte/MG
Último dia! Montamos as motos, tomamos nosso café da manhã e partimos.
A sensação de missão cumprida era real! Começamos a pensar na chegada em casa, de abraçar nossas famílias e descansar.
Rodamos tranquilamente mas os quilômetros pareciam nunca acabar.
Chegamos em São Gonçalo do Pará, atravessamos a cidade para pegar a BR do outro lado pois a passagem por Itaúna seria complicada pois na saída de Divinópolis, onde abastecemos, os caminhões eram muitos.
Chegando em Betim minha moto já estava na reserva há tempo. E começou a esvaziar o tanque rapidamente. Há dois quilômetros da minha casa, tive que reabastecer para chegar. As caras de cansado eram nítidas, mas a chegada era real e um presente pra gente!
Coloquei mais quatro litros e chegamos na minha casa.
Foi uma viagem sensacional, com muitas novidades, dúvidas, erros de rotas, abastecimentos, montagem e desmontagem de motos. Hotéis, pessoas de diversas culturas.
Uma bagagem enorme de informações e acima de qualquer coisa felicidade em fazer uma grande viagem de moto.
Começaremos a planejar a viagem ao Alasca. Quem sabe ein?!
Até breve pessoal. Foi bom repassar nossas experiências para vocês e ter vocês por aqui.
Mapa da viagem:
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