Veleiro vs Natureza

A bordo de um veleiro tudo é possível pra ter bem estar e tranquilidade. A natureza a sua volta, o mar, as montanhas o vento!

Bem, pensando nisso, imaginamos que estamos totalmente seguros, afinal, não temos alta velocidade, não temos um trânsito intenso como numa cidade onde veículos de todos os tamanhos e tipos circulam na correria do dia-a-dia.

Apesar dessa sensação de segurança, há regras específicas para navegação e devem ser obedecidas para segurança de todos que estão à bordo de algum tipo de embarcação.

Este post servirá para contar uma experiência traumática que tive a bordo de um veleiro de 39.5 pés em Angra dos Reis no Rio de Janeiro.

Antes de contar a respeito do que houve, e ligando ainda as questões de segurança, uma das coisas mais importante numa embarcação são as questões climáticas!

Saber sobre marés, ventos, tempestades é sempre muito importante. Para isso, ter equipamentos que oferecem este tipo de informação a bordo do barco e pegar previsão do tempo em sites confiáveis e mais ainda na marinha fazem parte de uma garantia de “bons ventos”. (Um desejo entre velejadores).

Pois bem, certa vez, decidimos sair cedo com veleiro para um passeio. Estivemos em algumas enseadas e locais de banho. Às 14h decidimos tomar rumo de volta ao ponto de partida, mas antes, decidimos parar num local de água abrigada com mar tranquilo e bem próximo da poita onde deixo meu veleiro.

Depois de fundear, barco posicionado e desligado os motores de manobra decidimos acender a churrasqueira e fazer um almoço.

Estava um dia lindo, céu aberto, muito sol, nem sinal de chuvas ou ventos. E ainda, tínhamos olhado a previsão, que o próprio nome diz… previsão!

No momento em que estávamos relaxados recebi a ordem do meu marinheiro para ligar o motor novamente. Ele estava na proa e eu na popa DP veleiro.

Sem entender o motivo para tal ação, fiz e logo após ter motores funcionando fui ao encontro dele… afinal experiência é algo que fala por si só!

Não deu tempo, um vento forte entrou na enseada, jogou almofadas no mar, derrubou copos e caixas que estavam no convés. Eu apenas ouvi o grito dele: “De motor e saia para o mar!”.

Foi instintivo minha ação, acelerei e segui sentido mar aberto. Enquanto isso, meu marinheiro puxava o cabo da âncora com a finalidade de soltar o veleiro. Uma chuva começou a cair rapidamente, olhos arregalados, frio e muito vento.

Trata-se do vento sudoeste muito comum na costa brasileira na região do Rio de Janeiro.

Pedi algumas pessoas para saírem do cockpit e descerem para a sala do veleiro. Uma ação rápida teve que ser realizada para que não fossemos jogados contra as pedras.

Uma leitura rápida do marinheiro, apenas com os olhos viu e antecipou uma ação para segurança de todos de maneira singular.

Ficou como aprendizado que o mar não é brincadeira, merece respeito e devemos ter atenção a tudo quando estamos velejando.

Fica uma dica importante!

Bons ventos

Bons ventos sempre!